quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Revista PRINCÍPIOS destaca a 'DEFESA DA NAÇÃO'

Em decorrência da ofensiva neocolonial e da subserviência do governo golpista, a questão nacional adquire centralidade. 

O desenvolvimento soberano, alicerçado na democracia, é o fundamento para uma Nação forte e base para o progresso social.

Desde o Golpe de Estado consumado em agosto de 2016, as forças progressistas, a par de empreenderem a resistência, buscam elaborar projetos alternativos à radical agenda regressiva do governo golpista.
Na atual fase, a esquerda tateia, esboça projetos que venham a reacender a esperança num país marcado, por um lado, pela descrença e, por outro, pelo rechaço ao governo Temer que se escancara a cada dia como carrasco da Nação e dos trabalhadores.
Mesmo rachado, o consórcio golpista procura criar as condições para que a ordem neocolonial, neoliberal e autoritária – que está sendo implantada pelo governo ilegítimo – seja legitimada pelas urnas em 2018. O plano é impor um longo ciclo de domínio dessa nefasta ordem.
O ininterrupto bombardeio midiático desqualificando o legado do ciclo dos governos Lula e Dilma; a tentativa de impor uma reforma política antidemocrática; a investida para enfraquecer o movimento sindical; a criminalização da esquerda; e escalada para excluir, arbitrariamente, o ex-presidente Lula da próxima disputa presidencial compõem, em parte, o plano da direita para obter o voto da maioria do eleitorado.
Claro que a direita tem seus problemas: enfrenta divisões e carrega nos ombros a pesada cruz do governo Temer que bate sucessivos recordes de impopularidade. 
O programa da direita, convenhamos, é pouco palatável. É entreguista, antinacional: promove o realinhamento subserviente aos Estados Unidos, a entrega da riqueza nacional aos monopólios estrangeiros, como é o caso do pré-sal; acelera o processo de desindustrialização e desnacionalização da economia brasileira; opera o desmonte do Estado nacional como núcleo propulsor de um Projeto Nacional. É antipopular: empreende agressiva ofensiva para retirar do povo o pouco que tem, dele cortando direitos sociais e trabalhistas, novamente promovendo o alargamento das desigualdades socais e regionais. E, para fechar essa bula neoliberal e neocolonial, esse programa da direita impõe uma ordem autoritária, de democracia mutilada.
Esse programa, obviamente, vem em grande medida como um “prato feito” do imperialismo estadunidense que realiza uma ofensiva na América do Sul, vide o retrocesso na Argentina, o Golpe de Estado no Brasil e a operação de “cerco e aniquilamento” contra a Venezuela.
Além dessa realidade, a esquerda, ao buscar saídas para retirar o Brasil da crise, precisa levar em conta as lições dos ciclos dos governos Lula e Dilma. Destaca-se: é impossível um ciclo longo progressista sem a reforma democrática do Estado e sem a superação de uma economia baseada, principalmente, num modelo primário-exportador.
Tudo considerado, o programa da Frente Ampla, do campo popular, patriótico e democrático, da esquerda, deve ser o antípoda da plataforma antinacional, antipovo e antidemocrática elaborada pela Casa Grande e pela Casa Branca.
 
Portanto, a alternativa, o programa capaz de reconduzir as forças progressistas ao governo da República, deverá, ao nosso ver, ter como centro a defesa da Nação, numa circunstância histórica, na qual a classe trabalhadora, a esquerda, numa larga aliança policlassista, nacional, democrática, produtivista, são chamadas a impulsionar e a liderar esse processo.

Trata-se de um movimento de longo fôlego. Ele contém tarefas imediatas: a salvação nacional, a restauração da democracia e do Estado Democrático de Direito, a retomada do crescimento econômico, a geração de empregos e a preservação dos direitos. Mas se desdobra numa plataforma cujo núcleo é desencadear um novo ciclo de desenvolvimento soberano, impulsionado por um eficiente e robusto Estado nacional democratizado, fundamento para uma Nação forte, base para o progresso social e a construção de uma sociedade sem preconceitos.

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